Na minha opinião, ser mãe é algo único, apesar de muitas mulheres vivenciarem esse papel. É uma vivência singular, única e, assim sendo, não podemos aplicar aos outros a nossa experiência. No mínimo podemos compartilhar sem termos pretensão alguma de sermos exemplo.
Na aventura de ser mãe, uma das etapas que isso se aplica é a amamentação. Como já coloquei sou enfermeira, e até ter um filho e vivenciar a amamentação, acreditava cegamente que amamentar era algo simples, fácil, instintivo e possível para todas as mulheres. Aleitamento materno exclusivo era uma bandeira que defendia, fundamentada em teorias. Pois, então, descobrir que teorizar é a coisa mais fácil de se fazer.
Assim que retornei ao quarto, após o parto, pedi para que trouxessem o meu bebê. Não queria que ele ficasse no berçário e lhe dessem leite artificial. Queria colocá-lo no peito e estimular a amamentação. Pretendia amentá-lo, exclusivamente, até o sexto mês. Bom... esse era o meu sonho...
Agora vou contar o que aconteceu.
Após voltar para casa, amamentar tornou-se um processo difícil. Inicialmente, só tinha colostro e não consegui produzir leite. Para mim, o bebê estava com a pega correta e não estava, como resultado os meus mamilos ficaram com rachaduras e bolhas. Amamentar tornou-se verdadeiramente um sofrimento. Fui ao banco de leite e recebi todas as orientações do Ministério da Saúde, o sofrimento só aumentava e o meu desespero também. Tomar banho,também, tornou-se um momento de dor intensa. Até que me indicaram o uso da entrecasca da banana e a pomada Mater Care. Para meu filho ser alimentado me rendi as mamadeiras que tanto condenei com mulheres que prestei assistência. Fiz ordenha manual até quando foi possível, pois já tinha machucado uma das mamas. Voltei a oferecer o peito ao bebê quando a pediatra disse para usar o protetor de silicone e o obstétra passou antiflamatório para a mama que estava machucada pela ordenha.
Quando meu filho completou 1 mês e 15 dias, minha produção tornou-se insuficiente para a sua necessidade, com isso comecei a vivenciar outro dilema. O fato de não conseguir alimentar o meu filho. Diante disso, tentei tudo que me falavam e não dava tão certo, até que descobri um medicamento homeopático, que me ajudou até ele completar quatro meses.
Durante, essa experiência o que mais me deixava triste e aborrecida era quando encontrava outra mulher que me perguntava, em um tom de afirmação se eu estava amamentando exclusivamente. E quando contava que estava fazendo aleitamento misto me olhavam com indignação e repreensão.
Recentemente, uma amiga minha também passou pela mesma situação. Ela só conseguiu amamentar o filho no primeiro mês. Ao voltar ao trabalho, uma cliente fez para ela o infeliz questionamento: "Ele está tomando somente o seu leite, não é?". E ao ouvir a resposta, replicou "Então você não se esforçou o suficiente para amamentá-lo" .
Como podemos fazer isso umas com as outras?
Ouvir relatos de colegas que amamentaram com o mamilo sangrando, aos gritos ou as lágrimas. Será que com tanta tecnologia e conhecimento a nosso dispor temos que sofrer para sermos mãe?
Chorei muito e sofri quando o meu filho passou a recusar o peito, pois não produzia leite suficiente para a sua necessidade. Até aceitar a situação fiz a criança sofrer e até passar fome, pois achava que ele estava com preguiça de sugar o peito e queria o mais fácil, a mamadeira. Tudo isso fundamentado em uma teoria colocada nas diversas formas de mídia que desconsidera as situações singulares.
Quantas mulheres, realmente, conseguem amamentar atualmente? Será que estamos certos em cobramos que todas as mães amamentem os seus filhos independente do sofrimento ou da situação que vivenciam?
A certeza que tenho é que a partir da minha experiência tentarei não fazer com outras mulheres o que fizeram comigo. Afinal de contas somos seres únicos, singulares e, por tanto, assim também, são as nossas experiências.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
As alterações da gestação
Não pretendo falar das alterações fisiológicas da gestação, são tantas e com fisiologia complexa. Mas, gostaria de comentar o que senti.
A primeira alteração que senti e me fez pensar na possibilidade de estar grávida não foram as náuseas e os vômitos, tão demostrados na mídia, mas uma fome incontrolável. De repente a mesma dieta alimentar que me mantinha satisfeita por três ou quatro horas, já não sustentava duas horas.
Outra alteração foi o humor, estava extremamente irritada. Além disso, apresentei uma retenção de líquidos significativa.
Após perceber as três alterações, associadas ao atraso mentrual, que decidi fazer os testes de gravidez. Sim. Isso mesmo, os testes. Fiz três testes diferentes, dois testes rápidos, vendidos em farmácias, e um laboratórial.
Na hora que o primeiro teste apresentou as duas barrinhas não acreditamos e rimos muito, mais de nervoso do que de felicidade, pois, realmente, não acreditavamos mais nessa possibilidade.
Na primeira consulta com o obstétra, a seguinte frase dita por ele ficou, até hoje, nítida na minha memória: "As tranformações corporais ocorrerão rapidamente, mas não se preocupe que depois do parto as coisas voltarão para o lugar, mas muito lentamente".
Sinceramente, não aceitei isso como verdade quando ele me falou, mas hoje ao olhar para o espelho após seis meses do parto, afirmo que é uma verdade. Ainda não recuperei a minha forma física anterior a gestação. E essa ainda é uma das alterações da vida de mãe que me desconforta muito e não estou acomodada.
Penso que, também, seja verdade para muitas mulheres, excetuando aquelas que engravidaram aos 20 anos ou são atlétas ou possuem uma boa herança genética ou uma conta bancária favorável para recuperar em dois meses ou menos a forma física, como divulgam as capas de revistas e fazem nos sentir culpadas por não alcançarmos o mesmo resultado em tão pouco tempo.
Ainda sobre a retomada da forma física, algo que ouvimos muito é que se você amamentar o seu corpo voltará logo ao normal. Pode até ser verdade, mas comigo não funcionou, apesar de manter uma alimentação saudável durante o aleitamento materno e fazer atividade física.
O que realmente acredito é numa boa orientação nutricional e atividade física durante toda a gestação. Esses cuidados devem ser redobrados nos últimos meses, pois é quando a fome aumenta. E não é uma fome qualquer, tem alvo específico, carboidratos (pão, doces, biscoitos, enfim, o que faz engordar rápido quando consumido sem controle). Esse evento é explicável. O bebê já está formado e precisa ganhar peso.
Enfim, gestar uma vida é algo belo, magnifíco e desejado por algumas mulheres. Mas, a gravidez, também, é desconfortável, com alterações físicas que acontecem rapidamente sem termos tempo para nos acostumar e isso deve estar bem claro em nossas mentes. A vida jamais será a mesma, literalmente.
A primeira alteração que senti e me fez pensar na possibilidade de estar grávida não foram as náuseas e os vômitos, tão demostrados na mídia, mas uma fome incontrolável. De repente a mesma dieta alimentar que me mantinha satisfeita por três ou quatro horas, já não sustentava duas horas.
Outra alteração foi o humor, estava extremamente irritada. Além disso, apresentei uma retenção de líquidos significativa.
Após perceber as três alterações, associadas ao atraso mentrual, que decidi fazer os testes de gravidez. Sim. Isso mesmo, os testes. Fiz três testes diferentes, dois testes rápidos, vendidos em farmácias, e um laboratórial.
Na hora que o primeiro teste apresentou as duas barrinhas não acreditamos e rimos muito, mais de nervoso do que de felicidade, pois, realmente, não acreditavamos mais nessa possibilidade.
Na primeira consulta com o obstétra, a seguinte frase dita por ele ficou, até hoje, nítida na minha memória: "As tranformações corporais ocorrerão rapidamente, mas não se preocupe que depois do parto as coisas voltarão para o lugar, mas muito lentamente".
Sinceramente, não aceitei isso como verdade quando ele me falou, mas hoje ao olhar para o espelho após seis meses do parto, afirmo que é uma verdade. Ainda não recuperei a minha forma física anterior a gestação. E essa ainda é uma das alterações da vida de mãe que me desconforta muito e não estou acomodada.
Penso que, também, seja verdade para muitas mulheres, excetuando aquelas que engravidaram aos 20 anos ou são atlétas ou possuem uma boa herança genética ou uma conta bancária favorável para recuperar em dois meses ou menos a forma física, como divulgam as capas de revistas e fazem nos sentir culpadas por não alcançarmos o mesmo resultado em tão pouco tempo.
Ainda sobre a retomada da forma física, algo que ouvimos muito é que se você amamentar o seu corpo voltará logo ao normal. Pode até ser verdade, mas comigo não funcionou, apesar de manter uma alimentação saudável durante o aleitamento materno e fazer atividade física.
O que realmente acredito é numa boa orientação nutricional e atividade física durante toda a gestação. Esses cuidados devem ser redobrados nos últimos meses, pois é quando a fome aumenta. E não é uma fome qualquer, tem alvo específico, carboidratos (pão, doces, biscoitos, enfim, o que faz engordar rápido quando consumido sem controle). Esse evento é explicável. O bebê já está formado e precisa ganhar peso.
Enfim, gestar uma vida é algo belo, magnifíco e desejado por algumas mulheres. Mas, a gravidez, também, é desconfortável, com alterações físicas que acontecem rapidamente sem termos tempo para nos acostumar e isso deve estar bem claro em nossas mentes. A vida jamais será a mesma, literalmente.
A Gestação
Contrariando os sete anos de tentativa de engravidar, em maio de 2011 engravidei após uma histerosalpingografia. Não acreditava que iria engravidar após o exame. Na verdade já tinha aceito, muito bem, a idéia de que não seria mãe. Além disso, estava bem confortável com a vida de casada sem filhos e com um cãozinho adorável.
Tive de me dar um tempo para aceitar a idéia antes de contar a família e aos amigos. O momento não era tão favorável para uma gestação, pois estava cusando doutorado e só pretendia engravidar, caso ainda fosse possível, quando concluisse o curso.
A partir de então tive de reorganizar a minha vida e os meus compromissos. Infelizmente, não teria a gravidez tranquila que sempre planejei, sem sobressaltos e com todos os cuidados que gostaria ter, além do pré-natal.
A realidade foi totalmente contraria, não só pelo doutorado, mas por uma reforma que decidimos fazer na casa para a vinda do bêbe. Por isso, segue algumas dicas para as futuras mamães:
1. Não reformem a casa para a chegada do bebê;
2. Se, realmente, a reforma for necessária, somente faça se você tiver prazo longo. Ou seja, você tem tempo suficiente para finalizar a obra sem estresse e ansiedade. Além disso, tenha uma boa equipe de profissionais para que você não se preocupe com nada, mantendo a sua qualidade de vida, pois o estresse pode comprometer a sua saúde e a do bebê.
A minha experiência não foi a melhor possível com a reforma e a expectativa da chegada da criança, por isso faço essa observações.
Tive de me dar um tempo para aceitar a idéia antes de contar a família e aos amigos. O momento não era tão favorável para uma gestação, pois estava cusando doutorado e só pretendia engravidar, caso ainda fosse possível, quando concluisse o curso.
A partir de então tive de reorganizar a minha vida e os meus compromissos. Infelizmente, não teria a gravidez tranquila que sempre planejei, sem sobressaltos e com todos os cuidados que gostaria ter, além do pré-natal.
A realidade foi totalmente contraria, não só pelo doutorado, mas por uma reforma que decidimos fazer na casa para a vinda do bêbe. Por isso, segue algumas dicas para as futuras mamães:
1. Não reformem a casa para a chegada do bebê;
2. Se, realmente, a reforma for necessária, somente faça se você tiver prazo longo. Ou seja, você tem tempo suficiente para finalizar a obra sem estresse e ansiedade. Além disso, tenha uma boa equipe de profissionais para que você não se preocupe com nada, mantendo a sua qualidade de vida, pois o estresse pode comprometer a sua saúde e a do bebê.
A minha experiência não foi a melhor possível com a reforma e a expectativa da chegada da criança, por isso faço essa observações.
O início
Olá, pessoal
Objetivo desse blog é trocar experiências com mães e futuras mamães.
Ressalvo que as colocaçōes publicadas nesse espaço virtual são inteiramente pessoais sem valor científico.
Então, vamos lá.
O meu desejo de ser mãe surgiu na adolescência, mas somente foi concretizado aos 34 anos. Como algumas, mulheres busquei primeiro estruturar a minh vida pessoal e profissional para depois terem filho.
Então, vamos lá. Seja o que Deus quiser.
Então, vamos lá. Seja o que Deus quiser.
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